29 September 2006

ressonancia schumann


O tempo está correndo demais. Eu estou correndo demais atrás do tempo que está correndo demais, e... onde foi parar esse ano? o semestre passado? esse mes? isso pra não falar do ano passado, dos 5 anos passados etc etc... Acordo pensando: vou fazer isto, isto, isto, aquilo outro e mais aquilo... deito pensando: só consegui fazer isto e a metade daquilo.... Não consigo entender esta sensação: uma coisa que aconteceu há um mes sinto que foi há, no máximo, duas semanas atrás. Por quê??? E meus amigos também sentem algo parecido. Jovens e menos jovens e adolescentes e idosos: não há idade pra sentir esse tempo passando na velocidade da luz... é unanimidade.

Apesar de ser de peixes, e o verbo deste signo ser o verbo "crer", não sou exatamente uma pessoa que se possa chamar de crédula, pelo contrário. Mas também não duvido de nada. Então achei curioso esse email que recebi há um tempo atrás. Não sei, não sei, mas quem sabe? talvez essa coisa de sentir o tempo voando seja por causa dessa tal de "ressonância schumann". Em todo caso, já uso isso aqui nas internas como desculpa quando cometo deslizes temporais, e costumo ser perdoada:))

Recebi o texto exatamente assim, creditado a Leonardo Boff, o que não quer dizer que realmente seja dele...



Ressonância Schumann
(Leonardo Boff)

Não apenas as pessoas mais idosas mas também jovens fazem a
experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi
Carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse
sentimento é ilusório ou tem base real?
Pela ressonância Schumann se procura dar uma explicação. O físico
alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por uma
campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte
inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui
uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann), mais ou menos
constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma
espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera,
condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que
todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma
frequência de 7,83 hertz.

Empiricamente fez-se a constatação de que não podemos ser saudáveis
fora dessa frequência biológica natural. Sempre que os astronautas,
em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann,
adoeciam. Mas submetidos à ação de um simulador Schumann recuperavam
o equilíbrio e a saúde.

Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa
freqüência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo
equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80, e de forma
mais acentuada a partir dos anos 90, a freqüência passou de 7,83 para
11 e para 13 hertz por segundo. O coração da Terra disparou.

Coincidentemente, desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir:
perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de
tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos
desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a
jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a
percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas
teria base real nesse transtorno da ressonância Schumann.

Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar
buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-
lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos
seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros
futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes
terríveis, ora esperançadores, como a irrupção da quarta dimensão,
pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais
sintonizados com o biorritmo da Terra.

Não pretendo reforçar esse tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese
recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é,
efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade
formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas
naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa,
ama e venera. Porque somos isso, possuímos a mesma natureza
bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes
Schumann.

Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio, devemos começar
por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade, com
mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso
importa termos coragem de ser anticultura dominante, que nos obriga a
ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos
com a Terra, para conspirar com ela pela paz.

lboff@uol.com.br
[JORNAL DO BRASIL - 05/MAR/2004]

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