31 March 2007

60 anos


Minha amiga Eliane me perguntou: como é ter 60 anos? E minha cunhada Maiza: "você se sente com 60 anos?"

60 anos é um conceito -na verdade um pré-conceito- um mito. Se a gente, ao fazer 60, ficasse verde, ou se nascesse um terceiro olho, ou se sentisse uma mínima diferença entre 60, 59, ou 37, seria fácil responder, mas não é assim. Não senti nada, não doeu, não tive nenhuma grande revelação divina (só uma pressãozinha alta, mas isto jovens e até crianças a tem), continuo sentindo uma energia e um dinamismo invejável {coisa que aos 25 eu não tinha, eu vivia cansada)... Antigamente, as pessoas de 60 realmente pareciam 60, eram mais velhas, não sei... a roupa, os hábitos, a cabeça (principalmente)... hoje mudou muito, e sinto que a minha geração contribuiu enormemente para esta transformação, pois mudar o mundo foi a nossa bandeira.

E mudamos mesmo!!!!

Hoje a expectativa de vida do ser humano é, sei lá, de uns 90 anos, por aí ou mais!!!! Então fazendo as contas, me sinto assim: já vivi 2/3 da minha vida. Quero viver este 1/3 que tenho pela frente experimentando novos sabores, trilhando novas estradas, fazendo coisas que nunca antes fiz, mas sempre quis. Criar, arriscar, descobrir, sonhar.

E tentar me entender: who am I?????

minha amada irma Suzy


Alô alô câmbio!!!! tem alguém aí??? estou aterrisando depois de três semanas inenarráveis. Os barômetros registraram altas pressões, viajei na estratosfera dos meus sonhos, fui sugada pelo rodamoinho dos dias sem data, datas sem tempo, tempo sem dias, pé nem cabeça. Numa nave intersensorial navegando pelas ondas intermitentes do inconsciente. Uáu, que experiência inesquecível!!!! Forte, muito forte.

Mas também quem mandou? eu sabia que meu coração não ia aguentar tanta coisa junta em tão poucos dias: a chegada da Suzy, meu aniversário de 60, o lançamento do site, viagem a Natal, volta ao Rio, despedida da Suzy. Mas ele aguentou, e aqui to eu chegando pra na verdade começar o meu ano. Em 31 de março...

Pois é, sempre fico mexida com a visita de minha irmã (e também de Maína minha sobrinha), é um parênteses que se abre na minha vida pra curtir meus parentes. Família de sangue, agora só tenho lááááááááá longe.... e quando elas aparecem, pára tudo. Ora, a gente sempre foi tão colada, não é de se estranhar... Suzy foi minha bonequinha viva, imagina ter um bebezinho de verdade, você com oito anos, pra dar a mamadeira... botar pra dormir... dar comidinha na boca... pois com Suzy foi assim. Depois foi crescendo e nós sempre juntas. De repente oito anos não fazia mais diferença nenhuma, e vivemos tudo nos anos 70 , úúúúi! foi muito bom!!! Mais tarde Maína nasceu, e repeti a dose com ela: mamadeira, ninar, criar, me preocupar que nem a sua mãe.

A vida da gente é cheia de contrastes irônicos. Sempre fomos super-grudadas, agora tanto ar e mar a nos separar, elas vivem láááááááááááááá longe, onde neva. E eu, num sol de rachar (quem gosta do frio sou eu, elas adoram o calor!!!!). Quando as extremidades se encontram, é emoção pra todos os lados. Porque afinal... bate esse sangue russo nas veias, e nada como o sangue russo pra ferver. Dostoievski taí pra provar.

Está aí uma foto pra eternidade. Nós duas. Pra sempre. Su, te amo tanto!!!!!

19 March 2007

mares revoltos


Mares revoltos entre a última postagem e esta. Mares revoltos. Coisas inesperadas, presssões altas, chegada da minha Suzy irmã amada, que no Rio pousou para animar o planeta, meu aniversário colorido festejado com meus ahhhhhhhh!migos, viagem à Natal, onde agora no momento ainda estou. Esta foto aí é de um momento meu. Bem, pode não ser exatamente da minha pessoa, mas é. Uma foto de como está o meu coração.

Qual a medida do amar? Até quanto devo me emocionar? Como fazer para não entrar em curto, arrepiando pêlos e cabelos, girando os olhos em espirais, atropelada, esbaforida, sentindo sentindo sentindo sentindo sem pensar? Perguntas que não têem resposta, que não fazem sentido, assim como tudo que se vive e se respira, se ex-pira e se morre.

Como é bom reencontrar irmãos. Mas que dificuldade dizer adeus...

03 March 2007

simpatica criatura


Dizem que tem um pedaço do nosso cérebro que reconhece as caras humanas, e às vezes quando acontece um derrame que afeta estas regiões, a pessoa faz tudo normal, mas não reconhece as pessoas. E que temos a tendência de em tudo ver rostos. Pode ser, mas é impossível não ver nesta simpática criatura um semblante, os olhos, nariz e boquinha num sorriso tímido. E as sobrancelhas? Posso até afirmar que ela tem um cavanhaque. Umas quase imperceptíveis marcas de expressão que se adquire de tanto rir, nos dois lados da boquinha.
Pensei que se tratasse de uma folha, logo que a vi, porque ela estava com as asas fechadinhas, e se notar bem, elas parecem duas folhas. Aí encostei nela com meu dedo, e foi se abrindo, como se gostando do carinho.

Que mundo belo à nossa volta, quantos mistérios, quantas revelações!!!!!