20 November 2006

Dia de Zumbi!!!


É Lucas, respondendo ao seu comentário em "inauguração dos jardins do MAM"- parece que o Rogério quis dar mesmo um contraste àquela profusão lisérgica... cores... curvas... cavas... cobras... dragões... Caetano num rosto de camafeu discreto meio sépia... e.... sai da frente!!! irado (no sentido "arcaico" da palavra).

É, e hoje é dia de Zumbi, feriado muito mais que justo e que demorou tanto a ser oficializado. Zumbi Herói. Zumbi libertador dos escravos. Mas... como isso tudo aconteceu?

Começa com os negros fugindo do trabalho escravo dos engenhos de açúcar em Pernambuco, fundando o Quilombo dos Palmares. Em 1655 nasce Zumbi, que ainda criança, num dos ataques das tropas portuguesas ao Quilombo, é aprisionado e dado a um padre. Batizado com o nome de Francisco, é educado na religião católica, estudando português e latim. Mas um dia Zumbi consegue fugir e e volta para Palmares. O Quilombo continua sistematicamente a ser atacado, Zumbi o defende mostrando que é um grande guerreiro e estrategista militar. Até que finalmente as tropas portuguesas conseguem vencer a resistência e propõem a alforria para todos os habitantes do Quilombo. Zumbi é contra, porque ele quer o fim da escravidão, não aceita liberdade só pra uns. Acontece o ataque final, Zumbi consegue fugir, mas em 20 de novembro ele é delatado, morto e degolado.

Brasil é um país negro. Setenta a oitenta por cento de sua população é negra ou descendente de. E continua a ser um país extremamente racista, e o que é pior, um racismo camuflado, fingindo que não tem, fingindo que não existe. Como ser contra uma "coisa que não existe"? Vamos combater, vamos ficar atentos, vamos fazer a nossa parte.

Viva o Dia da Consciência Negra!!!

E ninguém para melhor ficar na foto ilustrando este dia do que Abdias do Nascimento, incansável guerreiro que a vida inteira lutou pela causa. Em tempos idos fui casada com seu filho, e até hoje somos amigos de se ver, se frequentar, aniversários, festas, ou simplesmente passar só pra dar um abraço, sem nada marcado, sem razão nenhuma além de se gostar. Bida, Léa, Abdias, Elisa, Allan, Osíris, Henrique, todos.... salve salve!!! No ano passado teve uma belíssima exposição, com produção de Elisa, do Abdias no Arquivo Nacional, na Praça da República, quem não viu, perdeu. Perfeita. Completa. Abrangente. Pertinente. Indispensável.

Viva Abdias!!!

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