13 July 2006

uma outra paixao


Uma outra paixão que tenho é por fotografia. Desde criança, quando fotografia significava ver meu pai abrir aquela máquina em forma de sanfona, um click numa pose ou paisagem e pronto! eternizava o momento, parava o tempo. Depois já adolescente e pós, amigos meus -poucos, que antigamente quase ninguém tinha câmera- tiravam fotos minhas, paisagens, bichos de estimação. E sempre eram fotos preto e branco. Me ensinaram a revelar o filme, que emoção entrar naquele quarto escuro, com somente uma lampadazinha vermelha acesa, ampliador, e misturando aquelas químicas na água, mergulhávamos o papel, e por magia a imagem começava lentamente a aparecer, lentamente a se revelar, mais um pouco, um pouco mais, ficando mais visível, visível, um pouco mais escuro, mais escuro, mais escuro e -epa! vamos tirar rápido que tá no ponto!!! aí mergulhávamos a foto em outra bandeja de água com outras químicas (ainda tenho o cheiro guardado no nariz da memória...) e assim fixávamos a imagem no papel. Que emoção. Eram noites em claro, era muito excitante, as horas passavam e quando víamos, o dia estava amanhecendo.
Hoje fotos em preto e branco são raras, ninguém mais tira, é difícil achar aonde fazer cópias de negativos antigos, eu ainda conhecia um lugar no Centro, o laboratório Wanda, mas até esse já fechou. Tenho muitos negativos que gostaria de fazer em papel antes que esse negócio acabe de vez, conheço mais um ou dois lugares, mas como há muito tempo não tenho ido lá, nem sei se existem mais...
Mas voltando ao início, que é por onde tudo começa, fotografia é uma outra paixão minha. Fico fotografando tudo, e agora com as digitais, benditas digitais, ce tira uma porrada de fotos de uma.... sei lá.... formiga, depois deleta a maioria e fica com duas... eu às vezes fico com todas :) hehehe...
Essa que taí foi tirada nos jardins de Aranjuez (sim, tem tudo a ver com o Concerto de Aranjuez!), a umas horas de Madrid. Era uma tarde estufante e Núria e Walter (ver Ruídos Asociados) me levaram pra conhecer esses tais jardins, e era tudo muito bonito, muito sombreado, de repente um lago de muuuuitos patos de todas as idades, patinhos patões, patonas, patinhas... surgiu à nossa frente. Saí clicando sei lá quantos clicks.... sairam boas, umas maravilhosaas, e essa é uma delas.
Amo essa foto. Ela podia se chamar "Tudo Depente do Ponto de Vista", porque se você olhá-la assim deitada é um pato placidamente nadando lento manso e sereno num lago idem. Mas se virar a foto na vertical, você vê um... touro!!! Os chifres desproporcionalmente grandes e por isso mais ameaçadores ainda, as quatro patas, e até um culhãozinho pode-se notar. Parece que vem vindo na nossa direção, cuidado!!! Toda a serenidade da primeira imagem dá lugar à tensão da segunda.

Não é bonito?

1 comment:

Anonymous said...

Oi Diana!

Já que sempre gostou de fotos, imagino que você tenha feito registros da Equipe, não? Seria muito legal se você mostrasse pra gente. Pelo menos pra mim, já que tenho 22 anos e, com muito pesar, não viví a época mágica.

Abraço.