26 March 2011

média com pão na chapa




Notícias conturbadas, e cada dia coisas sérias e graves acontecendo. O terremoto no Japão, seguido de tsunami, seguido de acidente nuclear, depois a guerra civil na Libia, seguido de ataques estrangeiros, agora a água contaminada, consequência do vasamento de Fukushima, em outra parte do planeta, o Kadafi reage e vence as revoltas, e agora leio tragédia ambiental próximo à Cidade do Cabo, Ilha Nightingale (Rouxinol, em ingles), com a foto de 3 pinguins de penacho amarela cobertos de petróleo. Espécie em extinção. E no Brasil, alerta pro vírus 4 da dengue, que chega à área.  

2011 pegou pesado.

Afora isto, ontem um céu azul tão belo de manhã, tive que descer cedinho, e senti uma alegria interminável a explodir no peito. Há tempos não experimentava isto. E fui tomar aquela média com pão na chapa. Digo aquela, porque quem me conhece sabe que não há café da manhã que eu mais goste do que esta média com pão na chapa. Nem aqueles abundantes variados de hotel chique, nem aqueles que promovem encontros matinais servindo variedades de pães, frutas, geléias, queijos... gosto disto tudo, mas de nada me serve se não tiver o meu café com leite, e aquele pão (frances mesmo) na chapa.

Quando foi que tomei gosto por isto? dizem que “isso vem lá de trás”... mas não tomava café na infância e nem na adolescência, portanto não foi aí. Quando saí da casa de meus pais e fui morar com amigos em Santa, fazíamos macrobiótica, era aquele mingau de farinha de arroz integral tostado, mais araruta e shoyo e água. Gostosíssimo por sinal, adoro. Com broa de farinha integral, que comprava na Associação. Adoro até hoje, mas este menu faz parte de uma ideologia, uma religião, uma utopia, é mudança de vida, de maneira de pensar, é coisa diária, como exercício físico (que há tres meses não está na minha agenda). Não serve pra degustar apenas numa manhã, e depois não. 

Mas voltando atrás: que fase da minha vida produziu em mim lembranças gostosas inconscientes que afloram conscientemente quando tomo uma média com pão na chapa? 

Acho que peguei este gosto quando fui morar na Europa e fiquei por anos me hospedando em hotéis de quarto e banheiro. Acordava, descia pra rua pro café da manhã, então foi aí. Às vezes, em mesas numa praça bonita, às vezes em cafés, às vezes com jornal (não gosto de ler enquanto como porque não presto atenção a nem um nem a outro, e comer sem sentir plenamente o sabor não dá, sou uma pessoa que AMA comer), na maioria das vezes só observando em volta, e sempre curtindo muito esta refeição que gosto muito, talvez a melhor de todas. 

Aqui em Santa não há um lugar sequer que eu possa realizar este prazer, então sempre que posso, desço. Não é em qualquer lugar: de preferência, numa mesa com garçom, num lugar bonito e não barulhento, então pra começar, nada de balcão e em pé. Não como em pé, parece que deixo de sentir o gosto. E, apesar das várias opções, fico sempre com o “média com pão na chapa”. Enquanto como, gosto muito de reparar o cenário, as pessoas ao redor, que de manhã estão mais fresquinhas, o dia começando, muitos sonhos para realizarem durante o dia. Fico imaginando suas histórias, suas vidas, quem são, o que fazem. Pessoas são muito interessantes quando imaginadas, talvez até mais do que quando as conhecemos hehe... 

Pequenos prazeres, grandes aliados, satisfação garantida!










1 comment:

aragaofatima@gmail.com said...

Oi Diana, tb adoro uma média, e mais, gosto de ser mal educada e molho meu pão no café com leite!hummmmm aproveito apara fazer isto nos petites dejeneur dos hoteis quando viajo, afinal ninguem me conhece...ligo o f...adorei a postagem, beijos. Fátima