09 June 2010

sapinho, pererecas... e rãs


Aparecem do nada na nossa vida, e vão embora sem pestanejar no dia seguinte, silenciosos e sem deixar rastro. Pra onde eles vão? pra onde foi este sapinho que amanheceu neste vaso de plantas? de onde ele veio? não tenho lago, piscina ou poço... sei que os anfíbios foram os primeiros vertebrados a ocupar o solo terrestre, graças ao seu pulmão e às suas patas. Mas eles precisam de água por perto... como viver? como reproduzir? e de novo, como surgiu este bichinho, descansando à sombra de uma planta, num vaso de uma casa em Santa Teresa???

Parece tão tranquilo aí... nem se mexeu quando o flash disparou. Será que me viu? o olho dele nem se mexeu, nem se mexeu, nem piscou, ficou absolutamente imóvel. Uma pequena criatura que não tem medo de gente. Ainda bem que os gatos e as cachorras não o encontraram, mas... como foi que ele chegou até aqui?? deve ter passado por elas, e por outros perigos até alcançar este vaso.

Agora, perigo mesmo estão correndo as pererecas da Floresta Nacional Mario Xavier!!! Trata-se de uma reserva do Ibama que foi cortada pelo Arco Rodoviário em construção, que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí. O projeto inicial não previa passar por ali, mas sim pelo pedágio da Rio-SP, ali na altura de Seropédica. Mas como não queriam mexer no pedágio, resolveram cortar pela reserva que fica ao lado. Depois que isto foi feito, descobriram as pererecas, as physalaemus soaresi, que não se encontram em nenhum outro lugar no mundo!!! condenando assim as coitadas à extinção... Agora resolveram cercar o Arco e construir 2 passarelas para que as pererecas circulem por baixo, mas isto é uma solução duvidosa pois além de ser bastante custosa, a fumaça e o ruído dos veículos vão poluir a reserva. Não podia era atravessar assim esta floresta, que absurdo!!! não precisa ser doutor pra ver o absurdo que é isto...

Coisa curiosa: nesta floresta não tem peixes, mas quando chove, a região fica cheio de banhados, aí aparecem pequenos peixes. O povo do lugar diz que são os peixes das nuvens, mas é que os ovos deles ficam ali parados, latentes, vivendo em suspense até que chove, quando então viram vida e se tornam peixes...

Voltando aos sapos. Quando eu era pequena, muitas vezes eu passava as férias no sítio da Zeldi em Sacra Família. Lá a gente adorava pegar sapo nas mãos, era gostoso, depois soltava... nem sabíamos que tinha sapo venenoso, sapo que mata, a gente pegava na maior inocência, sem medo, sem nojo, com encantamento. E claro, tivemos sorte, porque nenhum daqueles era igual a aquele que matou o Ruschi...

-E quanto às rãs?- estão me perguntando. Bem, sabe que não tem coisa melhor pra limpar o sangue do que caldinho de rã, e dar uma revigorada geral ? podemos encontrar, não muito facilmente, os pacotes congelados com aqueles corpinhos sem pele, já prontos para cozinhar. Mas é chocante, porque parecem bailarinas de 20 cms, bailarinas porque as coxas são supertrabalhadas. Tirei uma foto, quem quiser, me pede que mostro. Mas só se pedir...

E pra terminar, outra notícia sapal. Na Grécia teve uma saparia louca, milhares de milhões de sapos invadiram a rodovia de Tessalônica, na cidade de Langadas no norte do país. Tres carros derraparam na tentativa de evitar os sapos, e a rodovia foi fechada por duas horas.

Croac, croac croac....

1 comment:

fatima said...

tu e teus bichinhos neh Diana? bjs.