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Respondendo ao seu comentário, Lucas, existe sim. É trilhar o caminho do meio, o que é muito muito difícil, pelo menos pra mim.
Mas como? caminho do meio?
A primeira vez que ouvi falar nisso foi quando comecei a fazer Macrobiótica. Tinha um livro que era uma verdadeira "bíblia", do Georges Oshawa: Macrobiótica Zen, Arte do Rejuvenescimento e da Longevidade. Além da filosofia, ensinava receitas, dava fórmulas de curas através dos alimentos, etc etc. E aí li sobre o YIN e o YANG, que é a base da filosofia oriental: tudo se resume neste mundo em YIN (o polo negativo, centrífuga, expansão, frio, cor violeta, leve, maciez, escuridão, água) e YANG (o polo positivo, centrípeta, contração, calor, cor vermelha, dureza, luz, fogo). Nada é exclusivamente YIN ou YANG, tudo encerra polaridade. Quando YIN chega ao extremo, vira YANG e vice-versa. Neste livro tinha uma tabela de alimentos, indo do YIN até o YANG: entre os cereais, o milho era o mais yin e o trigo sarraceno era o mais yang; nos legumes, beringela era yiníssissímo, o cará yanguississímo, nas carnes, frango era bem Yin, faisão o mais Yang, e por aí vai. A jogada era combinar os alimentos, procurando o equilíbrio, mas evitando aqueles que estão na extremidade das tabelas, e procurando usar os que estivessem no meio, por conterem em si uma dosagem mais equilibrada de Yin e Yang.
Bem, fiquei nessa dieta por uns dois anos, levando a maior fé, mergulhei de cabeça, radical... compus até uma música sobre a macrô (Campos de Arroz), que foi gravada, encenada e tudo.!! E me senti muito muito bem, nesse tempo não peguei nem um resfriadinho, nada nada, super sadia e cheia de energia. Mas.... não deu pra continuar mais que isso, por várias razões, mas principalmente por uma: a rigidez e o radicalismo da dieta e o meu radicalismo também ora ora...
Tudo isso pra dizer que... a vida é uma balança, sempre pendendo ou prum lado, ou pro outro, raramente equilibrada no meio. Uma gangorra onde brincam e brigam nossos sentimentos, nossas atitudes, nossos humores. É no caminho do meio que está a sabedoria. O exagêro vai sempre acabar nos levando pro lado oposto, basta olhar pra nossa História...
Pra mim, como falei acima, é muito complicado. Sou exagerada por natureza. Tudo eu gosto muito, faço muito, sinto muito. Muito mesmo. Inteiramente desequilibrada. Ops, to exagerando! inteiramente não... sinto que ao passar dos anos venho conseguindo dosar mais meus apetites e meus fastios pra poder ser mais feliz por mais horas. Não é um processo contínuo, dou tres passos, volto dois pra trás, mas é assim mesmo. E então... voltando ao começo deste post. A tecnologia taí, chegou pra ficar, é uma maravilha, um sol, mas como qualquer sol, se ficarmos muito tempo expostos, é mortal. Nessa hora, desliga tudo, fecha a casa, dá um tchau e ... rumo a Milho Verde, Lapinha da Serra... ou Lagoa das Lontras! e procurar um equilíbrio, uma falta de exagero nas coisas que se faz, que é pra não se cansar do tanto ou do tão pouco....
1 comment:
Fiquei até mais otimista depois deste post. Valeu, Diana! Neste dezembro fervente, não vejo a hora de respirar pura água e nadar em ventos limpos. Rumo à cachoeira.
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