Um artigo surpreendente, de arrepiar, saiu ontem no O Globo, Ciência: “Beethoven Contra o Câncer: células tumorais expostas à Quinta Sinfonia perderam tamanho ou morreram. A pesquisa foi feita pelo Programa de Oncobiologia da UFRJ, que expôs uma cultura de determinadas células à meia hora da obra. Uma em cada cinco delas morreu, e as sobreviventes apresentaram perda de tamanho e granulosidade!!!!
A Quinta Sinfonia é aquela que começa com aquelas quatro batidas, e que popularmente chama-se “do destino”. Caramba, ficamos todos cheios de esperança aqui!!! que glória seria se isto realmente desse certo. Porque, quando a medicina tem pouco ou nada mais pra oferecer, uma notícia destas realmente é animadora demais. Já imaginou chegar um dia em que entra-se no consultório, e o médico receita meia hora por dia ouvindo determinada música, ao invés de quimio, radioterapia? é um sonho!
Já tinha ouvido falar sobre o poder que a música tem nas plantas, mas sempre achei meio preconceituoso, porque dizia assim: música clássica tornava as plantas lindíssimas, viçosas, enquanto que rock ou funk matavam as mesmas. Rock e funk escurecia a água no copo, a música clássica formava lindos cristais brancos. Que coisa. Não dava pra acreditar numa coisa destas. Mas esta reportagem me parece séria, relevante, e perfeitamente crível: diz que esta Sinfonia em particular tinha esta habilidade, mas já uma peça que puseram de Mozart (Sonata para 2 pianos em ré maior), que é muito usada em terapias alternativas, não fez o menor efeito. Bem, por aí dá pra concluir que não é mérito do gênero de música, pra começar. Outra que também surtiu efeitos semelhantes nas células tumorais foi a composição “Atmosphères”, do húngaro György Ligeti, que me deu a maior vontade de conhecer. Como será?
Ainda há muito a pesquisar: se o efeito foi pelo conjunto da obra, ou partes dela, ou mesmo um ritmo, um timbre, uma sequência harmonica. Pesquisar também outros gêneros musicais -vão agora usar samba e funk- e também se o mesmo resultado é conseguido quando se escuta com fones de ouvido, porque estes resultados não têm a ver com o emocional, as células tumorais foram expostas ao som, foi uma consequência direta, física.
É preciso descobrir a cura do câncer, ou como controlá-la, pelo menos, como tem sido feito com a Aids. Câncer: doença séria e traiçoeira, que, salvo raras exceções, acaba com a pessoa que a tem e abala profundamente quem está ao lado, cuidando e convivendo com este horror.