31 March 2011

Beethoven contra o câncer



Um artigo surpreendente, de arrepiar, saiu ontem no O Globo, Ciência: “Beethoven Contra o Câncer: células tumorais expostas à Quinta Sinfonia perderam tamanho ou morreram. A pesquisa foi feita pelo Programa de Oncobiologia da UFRJ, que expôs uma cultura de determinadas células à meia hora da obra. Uma em cada cinco delas morreu, e as sobreviventes apresentaram perda de tamanho e granulosidade!!!!

A Quinta Sinfonia é aquela que começa com aquelas quatro batidas, e que popularmente chama-se “do destino”. Caramba, ficamos todos cheios de esperança aqui!!! que glória seria se isto realmente desse certo. Porque, quando a medicina tem pouco ou nada mais pra oferecer, uma notícia destas realmente é animadora demais. Já imaginou chegar um dia em que entra-se no consultório, e o médico receita meia hora por dia ouvindo determinada música, ao invés de quimio, radioterapia? é um sonho!

Já tinha ouvido falar sobre o poder que a música tem nas plantas, mas sempre achei meio preconceituoso, porque dizia assim: música clássica tornava as plantas lindíssimas, viçosas, enquanto que rock ou funk matavam as mesmas. Rock e funk escurecia a água no copo, a música clássica formava lindos cristais brancos. Que coisa. Não dava pra acreditar numa coisa destas. Mas esta reportagem me parece séria, relevante, e perfeitamente crível: diz que esta Sinfonia em particular tinha esta habilidade, mas já uma peça que puseram de Mozart (Sonata para 2 pianos em ré maior), que é muito usada em terapias alternativas, não fez o menor efeito. Bem, por aí dá pra concluir que não é mérito do gênero de música, pra começar. Outra que também surtiu efeitos semelhantes nas células tumorais foi a composição “Atmosphères”, do húngaro György Ligeti, que me deu a maior vontade de conhecer. Como será?

Ainda há muito a pesquisar: se o efeito foi pelo conjunto da obra, ou partes dela, ou mesmo um ritmo, um timbre, uma sequência harmonica. Pesquisar também outros gêneros musicais -vão agora usar samba e funk- e também se o mesmo resultado é conseguido quando se escuta com fones de ouvido, porque estes resultados não têm a ver com o emocional, as células tumorais foram expostas ao som, foi uma consequência direta, física.

É preciso descobrir a cura do câncer, ou como controlá-la, pelo menos, como tem sido feito com a Aids. Câncer: doença séria e traiçoeira, que, salvo raras exceções, acaba com a pessoa que a tem e abala profundamente quem está ao lado, cuidando e convivendo com este horror.

26 March 2011

média com pão na chapa




Notícias conturbadas, e cada dia coisas sérias e graves acontecendo. O terremoto no Japão, seguido de tsunami, seguido de acidente nuclear, depois a guerra civil na Libia, seguido de ataques estrangeiros, agora a água contaminada, consequência do vasamento de Fukushima, em outra parte do planeta, o Kadafi reage e vence as revoltas, e agora leio tragédia ambiental próximo à Cidade do Cabo, Ilha Nightingale (Rouxinol, em ingles), com a foto de 3 pinguins de penacho amarela cobertos de petróleo. Espécie em extinção. E no Brasil, alerta pro vírus 4 da dengue, que chega à área.  

2011 pegou pesado.

Afora isto, ontem um céu azul tão belo de manhã, tive que descer cedinho, e senti uma alegria interminável a explodir no peito. Há tempos não experimentava isto. E fui tomar aquela média com pão na chapa. Digo aquela, porque quem me conhece sabe que não há café da manhã que eu mais goste do que esta média com pão na chapa. Nem aqueles abundantes variados de hotel chique, nem aqueles que promovem encontros matinais servindo variedades de pães, frutas, geléias, queijos... gosto disto tudo, mas de nada me serve se não tiver o meu café com leite, e aquele pão (frances mesmo) na chapa.

Quando foi que tomei gosto por isto? dizem que “isso vem lá de trás”... mas não tomava café na infância e nem na adolescência, portanto não foi aí. Quando saí da casa de meus pais e fui morar com amigos em Santa, fazíamos macrobiótica, era aquele mingau de farinha de arroz integral tostado, mais araruta e shoyo e água. Gostosíssimo por sinal, adoro. Com broa de farinha integral, que comprava na Associação. Adoro até hoje, mas este menu faz parte de uma ideologia, uma religião, uma utopia, é mudança de vida, de maneira de pensar, é coisa diária, como exercício físico (que há tres meses não está na minha agenda). Não serve pra degustar apenas numa manhã, e depois não. 

Mas voltando atrás: que fase da minha vida produziu em mim lembranças gostosas inconscientes que afloram conscientemente quando tomo uma média com pão na chapa? 

Acho que peguei este gosto quando fui morar na Europa e fiquei por anos me hospedando em hotéis de quarto e banheiro. Acordava, descia pra rua pro café da manhã, então foi aí. Às vezes, em mesas numa praça bonita, às vezes em cafés, às vezes com jornal (não gosto de ler enquanto como porque não presto atenção a nem um nem a outro, e comer sem sentir plenamente o sabor não dá, sou uma pessoa que AMA comer), na maioria das vezes só observando em volta, e sempre curtindo muito esta refeição que gosto muito, talvez a melhor de todas. 

Aqui em Santa não há um lugar sequer que eu possa realizar este prazer, então sempre que posso, desço. Não é em qualquer lugar: de preferência, numa mesa com garçom, num lugar bonito e não barulhento, então pra começar, nada de balcão e em pé. Não como em pé, parece que deixo de sentir o gosto. E, apesar das várias opções, fico sempre com o “média com pão na chapa”. Enquanto como, gosto muito de reparar o cenário, as pessoas ao redor, que de manhã estão mais fresquinhas, o dia começando, muitos sonhos para realizarem durante o dia. Fico imaginando suas histórias, suas vidas, quem são, o que fazem. Pessoas são muito interessantes quando imaginadas, talvez até mais do que quando as conhecemos hehe... 

Pequenos prazeres, grandes aliados, satisfação garantida!










12 March 2011

dois meses

Há dois meses que Mario se foi. Esta foto acima é do dia 6/01/2011, seis dias antes da sua morte. Foi em Friburgo, era seu aniversário, estávamos tomando um belo café da manhã no Superpão, pra comemorar.

Não acredito, não entendo, não aceito. A forma brutal que foi.

Natureza cruel. São chuvas que matam, terremotos que matam, tsunamis que matam. Agora mesmo estamos chocados com as cenas de ontem da tragédia no Japão, que me lembraram muito das cenas de Friburgo. Mas o que aconteceu com o Mario foi absurdo, porque ele não morava exatamente numa zona de risco. Acabou virando, depois que o imponderável tomou conta de tudo, e ficou impossível prever o que a natureza pode fazer. Agora, qualquer lugar é de risco. E a morte, uma coisa que pode acontecer aqui e agora, assim!

Mas quero ficar mais leve, pois a vida está dentro de mim, e muito forte pulsando, graças aos deuses todos poderosos. Lembro do meu parceiro, companheiro musical, irmão, amigo de dia de noite, a qualquer hora. Vai ser sempre assim, não tem jeito. E em sua homenagem, aqui vai MIENTRAS, uma música que fizemos juntos.

Mario, que loucura esta vida. E que loucura a sua morte.

05 March 2011

jacas


Esta também estava lá esquecida no mes de dezembro, que publico agora. Aí vai:

"Jacas perfumam meu verão. As do quintal estão caindo sem parar, parcialmente comidos pelos habitantes locais alados ou arbóreos. Conseguimos ainda pegar alguns intactos no galho (tronco) mesmo, como é o caso deste daqui, jaca dura, que trouxemos para nos deliciar, e com isto, perfumar a casa toda.

Que aroma forte tem esta fruta, e que massaroca ela faz quando cai no chão!!! muitas vezes bem na passagem, na subida na escada, ou mesmo na ducha... uma lambança, e logo bilhares de mini-insetos acham o petisco, e formam nuvens que pairam nela e em volta, de forma que fica difícil passar pelo local. Fora o perigo de... meter o pé na jaca...

calendario 2011

Dando uma olhada nas edições do blog neste dia chuvoso mas bem suave, com mínimos e leves pingos tamborilando que nem plumas, constatei que não havia postado este aqui, tava lá como rascunho na data de 20 dezembro. Totalmente 3 meses atrasado (mas nunca é tarde demais), publico agora. Lá vai, sic:

"E como não podia deixar de ter, já virou uma "tradição", que nem rabanada e pannetone, o calendário que lanço no fim do ano está aí. Todo feitinho por mim, à aquarela, com meus gatos e gatos convidados. Este ano tive perdas irreparáveis: Semínima minha preta adorada, Coquinho meu branquinho fofo, Colombina minha pequenina menina e finalmente, inesperadamente, 1 dia depois da Colô, a Aracy minha acordadora carinhosa.Tão inesperado foi, que não deu pra incluí-la no calendário. Estará no do ano que vem.
E aqui vão elas":
SEMÍNIMA (capa)
GONG-LI e SULEIMAN (contracapa), com o texto: formaram um casal muito apaixonado, e estão aqui no jardim num momento de pura PAZ. É esta paz que desejo a todos em 2011. Que este ano que vai começar seja um ano muito bom, que possamos realizar vários sonhos, que possamos gozar de saúde e alegria com as pessoas que amamos, e que haja cada vez mais um mundo justo para os seres da Terra. Na capa está a minha saudosa Semínima, que partiu este ano para se juntar à Deusa Bastet no seu reino iluminado.

NICOLAU (janeiro)
DUSKY (fevereiro)
SEMÍNIMA (março)
JACK (abril)
COLOMBINA (maio)
FRANK (junho)
ZUMPI (julho)
MIMOSA (agosto)
COQUINHO (outubro)
ROCKY (novembro)
PITECA (dezembro)